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domingo, 5 de abril de 2015

O ensino de artes e seus desafios.

Olá! 

Tudo bem?

Hoje escolhi um tema que acho necessário abordar aqui. 
O quanto é comum a confusão na função da professora de artes numa Instituição.

Acredito que muitas professoras de artes já ouviram a frase: Olha, acho que você pode fazer isto para mim, pois você é tão boa em artes.... Ou... Deixa que a profe de artes cuida da decoração da festa, pois ela é muito boa nisto.

Bem, o fato de ser bom em algo não é justificativa para sobrecarregar um profissional em suas funções, ou mesmo para atribuir novas funções a esta sem uma previa remuneração acertada. 
Claro que assim como o choro é livre, o pedi ajuda ou auxilio em algo também, mas se deve saber pedir e não atribuir ou convocar.

Muitos professores em universidades orientam que o profissional está na escola para ensinar, e não para ser decorador, ou personal stylist de terceiros.

Outra coisa, muito comum, é quando a escola procura um professor de artes e não entende que este tem uma formação especializada em uma linguagem das artes, academicamente falando, este geralmente é formado em artes visuais. Mas, por interesse individual pode ter buscado capacitação em alguma outra linha de aprendizagem, mas este não é obrigado a saber costura, artesanato e afins.... Muitas vezes, por ter maior habilidade manual ou com tecnologias, ele até possui um conhecimento em outras áreas (técnicas), mas sua formação acadêmica foi em ARTES VISUAIS.

E, sim, costura, artesanato, etc... são conhecimentos técnicos que não fazem parte da grade curricular de um professor de artes.

Outra coisa, existem vários cursos associados a área de artes: Artes Visuais, Moda, Teatro, Música, Cinema, História das Artes, Dança...
Um professor que soubesse tudo isto, não seria bom em nada, pois o que acontece que cada profissional tem suas especialidades, e claro um conhecimento geral de todo o resto em parte de pesquisas, leituras ou capacitações.

As escolas mais conceituadas, atualmente, já se deram conta disso e, geralmente, dão preferência ao professor de Artes Visuais para o ensino formal das instituições, e contratam outros profissionais para oficinas nos turnos inversos das aulas. Claro, depois que consultar se o seu professor não pode assumir as aulas do turno inverso, por ter habilitação e disponibilidade para isto. Pois, isto é sinônimo de respeito ao profissional e qualidade de ensino.

Há situações em que todos dão palpites sobre o que o professor de artes deve saber, lembrem que ele cursou uma faculdade e o especialista é ele na sua área, e não é porque você assiste tv ou ver vídeos no youtube que te faz ser bom em algo. O professor até pode ajudar, pois é fato que este é o mais preparado em projetos e interdisciplinaridade, mas ele precisa ter as condições certas para fazer. Exemplo: Um professor tem seu planejamento de aulas, e não pode parar isto para atender pedidos que prejudiquem o preparo do seu aluno, pois lembrem que artes pertence a área de linguagens e que hoje é muito cobrada no ENEM e em concursos. Outra mais, caso este seja solicitado, deve-se pensar em oferecer carga horária para ensaios, locais apropriados e condições materiais e de tempo, caso seja necessário (mais uma vez, visando a qualidade de ensino e do resultado final do projeto, seja teatro ou qualquer outra coisa).

O Professor de artes, formado em artes visuais, tem como atribuição maior o ensino das artes contemplando as linguagens de Artes Visuais, Teatro, Música e Dança, da forma que ele julgar pertinente dentro das suas aulas, usando de sua autonomia, para trabalhar com bases na Apreciação, Produção e Criação, respeitando a filosofia e forma avaliativa da instituição, defendendo a aprendizagem do seus alunos, e seus níveis. Contemplando os interesses e necessidades da instituição e dos alunos dentro da carga horária pré combinada, e trabalhando, quando for o caso, de forma interdisciplinar em projetos. Mas, sempre de forma qualitativa e processual e com um olhar diferenciado, livre na sua metodologia em sala.

Por fim, nunca confunda, um estudo dirigido e intencional, que é a da aprendizagem formal, com uma recreação, oficina, terapia ou curso de férias, todas possuem dinâmicas diferentes, abordagens únicas, preparo e linguagem diferenciada e inclusive diferentes remunerações e acordos de tempo e condições de trabalho.
Sei que há muito mais para colocar sobre este assunto, mas vou ficando por aqui e espero ter ajudado a todos. Deixem suas experiências e me contem se já passaram por situações constrangedoras ou de abuso.

Um abraço!

Márcia